quarta-feira, 15 de abril de 2020

QUARTA-FEIRA 22/04 PORTUGUÊS E GEOGRAFIA

PORTUGUÊS
Gramática, páginas: 105 à 107.

GEOGRAFIA


Ø MUDANDO DO CAMPO PARA A CIDADE


A população do município é formada pelos moradores do campo e moradores da cidade. Mas as pessoas nem sempre vivem fixas num lugar. É comum elas se mudarem.
Dentro de um mesmo município, muitas pessoas costumam sair da zona rural e ir morar na zona urbana. Às vezes elas saem da zona rural de um município e se mudam para a cidade de outro município maior. Esse deslocamento de pessoas entre diferentes lugares chama-se migração, e as pessoas que se deslocam são os migrantes. No Brasil ainda é muito comum a migração entre campo e cidade.
  
Quero apresentar para vocês a canção “Lamento de Um Nordestino” letra de Francis Lopes retrata com peculiaridade o nordestino trabalhador e sonhador que deixa a sua terra natal para tentar vencer na cidade grande. Vamos agora apreciar essa bela canção?



Faça a leitura do texto a seguir, que conta a história de um migrante nordestino. Depois, faça as atividades propostas.

A HISTÓRIA DE NONATO

Menino ainda, Nonato veio na década de 50 com os pais, da região de Codó para Santa Luzia, à procura de terra livre e boa. Fixaram – se com outras famílias num centro situado no caminho da boiada, que atravessa o Maranhão, vindo de Goiás, passando por Grajaú, os rios Zitiua e Pindaré, indo para Bragaça no Pará. O centro recebeu o nome de Boa Esperança, porque era mata virgem, terra fértil, terra livre.

Dez anos depois, quando Nonato já tinha mulher e um casal de filhos, chegou um homem armado no povoado. Veio avisar a mais de cem famílias que o dono das terras era senador. As terras seriam cercadas e todo mundo tinha que sair. A comunidade se reuniu e, junto com outras associações e sindicatos, decidiu ficar e se defender. Uma semana depois chegaram os pistoleiros com mourões e arame farpado, enquanto os lavradores estavam na roça. Ameaçaram mulheres e crianças. Nonato que tinha pavor de violência, decidiu ir embora […] rumo ao rio Pindaré, até chegar num lugar chamado Mineirinho […].

Tinha mata virgem em abundância, a terra dava fartura e o rio muito peixe. Em dois anos Nonato conseguiu construir uma casa bem arrumada, de taipa coberta de telhas de barro, que ele mesmo fazia. […]

Mas […] num dia de verão, chegaram três homens de helicóptero, comunicaram que ia construir uma ferrovia nesta região, ligando São Luís a Carajás no Pará. Era uma obra “Federal” ia dar muito trabalho. […] Quatro anos depois, chegaram as máquinas pesadas. Nonato foi chamado no acampamento da construtora e ficou sabendo que a ferrovia ia passar exatamente no lugar onde ele morava. A empresa ia indenizá-lo, arrumar outra casinha no povoado […]. Além disso, […] oferecia-lhe a oportunidade de trabalhar na construção da ferrovia.

[…] o trem de minério começou a circular no início de 1985 […]. Nonato terminou a obra e foi despedido. Com o dinheiro da demissão ele tentou a sorte no garimpo de Serra Pelada […]. Mas não deu certo.

[…] em julho veio uma notícia boa do filho em São Luís. Ele estava empregado como ajudante na FEM – Fábrica de Estruturas Metálicas, e tinha alugado uma casa de dois quartos na Vila Sarney, na frente do Distrito Industrial. Podiam vir morar com ele.

Nonato vendeu tudo que tinha em Mineirinho e foi-se com a família para São Luís, pelo trem. […]. Nonato conseguiu logo um emprego como vigia […]

Mas com os dois salários, dele e do filho não dava para sustentar a família de seis pessoas. Só o aluguel da casinha comia a metade do salário! […] em casa é a maior miséria. Na hora do café não tem beiju, nem mingau de milho, nem bolo de macaxeira, nem cuscuz, nem arroz. Não tem dinheiro para comprar pão. Tem que sair para o serviço em jejum. Ao meio – dia, a mulher e os filhos menores almoçam arroz, farinha e pouco feijão e de vez em quando uma sardinha, que compram fiado na quitanda [...] No fim do mês é só entregar o salário na quitanda e, às vezes, fica ainda devendo.

[…] a casinha mal – arrumada e quase caindo, sem água, sem esgoto, com muita lama na porta no inverno e muita poeira no verão.

GISTELINK, Franz. Carajás, usinas e favelas. In: Rios, Luiz. Geografia do Maranhão. 4. ed. São Luís: Central dos livros, 2005. p. 106-109.

                       
                              Caderno: Atividade 01.

Com base nas informações do texto, responda às questões:

01. Como era a vida de Nonato em Boa Esperança? A que tipo de trabalho se dedicavam? (3 linhas)

02. Por que, mesmo com a união da comunidade para lutar por seus direitos, eles tiveram de sair da sua terra? (4 linhas)
03. Por que Nonato teve de se mudar para o povoado em Mineirinho? (3 linhas)
04. A que outro trabalho Nonato passou a se dedicar em Mineirinho? Em sua opinião, essa mudança de trabalho foi boa para ele? Explique.

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