PORTUGUÊS
Gramática, páginas: 105 à 107.
GEOGRAFIA
Ø MUDANDO DO CAMPO PARA A CIDADE
A
população do município é formada pelos moradores do campo e moradores da
cidade. Mas as pessoas nem sempre vivem fixas num lugar. É comum elas se
mudarem.
Dentro
de um mesmo município, muitas pessoas costumam sair da zona rural e ir morar na
zona urbana. Às vezes elas saem da zona rural de um município e se mudam para a
cidade de outro município maior. Esse deslocamento de pessoas entre diferentes
lugares chama-se migração, e as pessoas que se deslocam são os migrantes. No
Brasil ainda é muito comum a migração entre campo e cidade.
Quero apresentar para vocês a canção “Lamento
de Um Nordestino” letra de Francis Lopes retrata com peculiaridade o nordestino
trabalhador e sonhador que deixa a sua terra natal para tentar vencer na cidade
grande. Vamos agora apreciar essa bela canção?
Faça a leitura
do texto a seguir, que conta a história de um migrante nordestino. Depois, faça
as atividades propostas.
A HISTÓRIA DE NONATO
Menino ainda, Nonato veio na década de 50 com os
pais, da região de Codó para Santa Luzia, à procura de terra livre e boa.
Fixaram – se com outras famílias num centro situado no caminho da boiada, que
atravessa o Maranhão, vindo de Goiás, passando por Grajaú, os rios Zitiua e
Pindaré, indo para Bragaça no Pará. O centro recebeu o nome de Boa Esperança,
porque era mata virgem, terra fértil, terra livre.
Dez anos depois, quando Nonato já tinha mulher e um
casal de filhos, chegou um homem armado no povoado. Veio avisar a mais de cem
famílias que o dono das terras era senador. As terras seriam cercadas e todo
mundo tinha que sair. A comunidade se reuniu e, junto com outras associações e
sindicatos, decidiu ficar e se defender. Uma semana depois chegaram os
pistoleiros com mourões e arame farpado, enquanto os lavradores estavam na
roça. Ameaçaram mulheres e crianças. Nonato que tinha pavor de violência,
decidiu ir embora […] rumo ao rio Pindaré, até chegar num lugar chamado
Mineirinho […].
Tinha mata virgem em abundância, a terra dava
fartura e o rio muito peixe. Em dois anos Nonato conseguiu construir uma casa
bem arrumada, de taipa coberta de telhas de barro, que ele mesmo fazia. […]
Mas […] num dia de verão, chegaram três homens de
helicóptero, comunicaram que ia construir uma ferrovia nesta região, ligando
São Luís a Carajás no Pará. Era uma obra “Federal” ia dar muito trabalho. […]
Quatro anos depois, chegaram as máquinas pesadas. Nonato foi chamado no
acampamento da construtora e ficou sabendo que a ferrovia ia passar exatamente
no lugar onde ele morava. A empresa ia indenizá-lo, arrumar outra casinha no
povoado […]. Além disso, […] oferecia-lhe a oportunidade de trabalhar na construção
da ferrovia.
[…] o trem de minério começou a circular no início
de 1985 […]. Nonato terminou a obra e foi despedido. Com o dinheiro da demissão
ele tentou a sorte no garimpo de Serra Pelada […]. Mas não deu certo.
[…] em julho veio uma notícia boa do filho em São
Luís. Ele estava empregado como ajudante na FEM – Fábrica de Estruturas
Metálicas, e tinha alugado uma casa de dois quartos na Vila Sarney, na frente
do Distrito Industrial. Podiam vir morar com ele.
Nonato vendeu tudo que tinha em Mineirinho e foi-se
com a família para São Luís, pelo trem. […]. Nonato conseguiu logo um emprego
como vigia […]
Mas com os dois salários, dele e do filho não dava
para sustentar a família de seis pessoas. Só o aluguel da casinha comia a
metade do salário! […] em casa é a maior miséria. Na hora do café não tem
beiju, nem mingau de milho, nem bolo de macaxeira, nem cuscuz, nem arroz. Não
tem dinheiro para comprar pão. Tem que sair para o serviço em jejum. Ao meio –
dia, a mulher e os filhos menores almoçam arroz, farinha e pouco feijão e de
vez em quando uma sardinha, que compram fiado na quitanda [...] No fim do mês é
só entregar o salário na quitanda e, às vezes, fica ainda devendo.
[…] a casinha mal – arrumada e quase caindo, sem
água, sem esgoto, com muita lama na porta no inverno e muita poeira no verão.
GISTELINK, Franz.
Carajás, usinas e favelas. In: Rios, Luiz. Geografia do Maranhão. 4. ed. São
Luís: Central dos livros, 2005. p. 106-109.
Caderno: Atividade 01.
Com base nas
informações do texto, responda às questões:
01. Como era a vida de Nonato em Boa Esperança? A
que tipo de trabalho se dedicavam? (3 linhas)
02. Por que, mesmo com a união da comunidade para
lutar por seus direitos, eles tiveram de sair da sua terra? (4 linhas)
03. Por que Nonato teve de se mudar para o povoado
em Mineirinho? (3 linhas)
04. A que outro trabalho Nonato passou a se dedicar
em Mineirinho? Em sua opinião, essa mudança de trabalho foi boa para ele?
Explique.
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